Para ser honesto, ainda não estou totalmente adaptado ao Arc, mas consegui perceber nele algo de muito inovador imediatamente. Então continuo me empenhando para me adaptar a essa nova forma de navegar na internet e o vejo, atualmente, como meu segundo browser.
O primeiro motivo do meu encantamento com o Arc é que ele desafia o modelo de negócios Google, pois oferece um resumo das páginas sem que você tenha que clicar nelas e ler seu conteúdo. Isso para mim é uma mudança muito grande na forma de navegar na internet. Afinal, até agora, o Google sempre nos forçou a perder tempo vendo e abrindo links que não seriam muito úteis.
Devemos sempre nos lembrar que o Google vende anúncios e, por isso, precisa que tenhamos esse tempo improdutivo em sua plataforma. Existe, portanto, uma queda de braços, na qual o Google evitará ao máximo nos dar as respostas imediatamente às nossas pesquisas, com o auxílio da inteligência artificial. Isso sem comentar que o Arc tem um bloqueador de anúncios nativo, o que é mais um golpe no estilo de ganhar dinheiro do Google.
O Arc só pode vencer se for diferente do Chrome e é isso o que ele faz. Então, para além das inovações em IA, sua interface não tem uma linha com a URL no topo e a gestão das abas é absolutamente diferente. É tão diferente que atrapalha. Vejo nisso um obstáculo à sua adoção pelo grande público. Afinal, um navegador de internet é usado por todos e já fomos educados sobre seu funcionamento.
Apesar das diferenças visuais, o Arc compartilha muitas coisas com o Chrome. Afinal, o Arc também é construído com base na mesma plataforma (Chromium), proporcionando um desempenho semelhante e compatibilidade com as integrações que já conhecemos. Existe, portanto, uma vantagem em dar continuidade ao legado de extensões criadas para o navegador do Google, criando uma evolução incremental sob essa perspectiva.
Mas ser um pouco melhor não é suficiente para um novo browser. Ele precisa ser muito melhor para mudar nossos hábitos ou resolver problemas diferentes. Acredito que o Arc faça isso ao fornecer uma melhor experiência para o uso de aplicativos web. Hoje, em função dos avanços das capacidades dos browsers, temos diversos aplicativos que funcionam no navegador e em nada lembram a navegação num site de notícias ou de busca, por exemplo.
Para esse uso faz total sentido a eliminação da barra de endereços do topo da janela, pois é justamente isso que diferencia visualmente um aplicativo nativo de um web app. Essa abordagem visa a reduzir distrações e melhorar a produtividade durante a navegação.
Além disso, o Arc incorpora recursos avançados de inteligência artificial para aprimorar a experiência de navegação. Uma das funcionalidades de destaque é a capacidade de conversar com o sua IA (chamada Max) diretamente sobre a página que está sendo visualizada, usando um simples comando. Isso permite obter informações, gerar resumos ou tirar dúvidas sobre o conteúdo de forma rápida e conveniente.
O Arc renomeia automaticamente as guias fixadas para refletir o título da página de forma concisa, facilitando a organização e identificação dos sites. A IA também é utilizada para gerar resumos de 5 segundos sobre o conteúdo de uma página ao passar o cursor sobre os links, proporcionando uma prévia antes mesmo de abrir o site.
Outra inovação é a busca universal acionada pelo atalho "Ctrl+F", que utiliza IA para pesquisar palavras relacionadas e gerar um resultado baseado no conteúdo da página. Esses recursos de IA integrados tornam a navegação mais eficiente, produtiva e adaptada às necessidades do usuário. Realmente já estava na hora de alguém revolucionar o "Ctrl+F".
O que ainda é uma incógnita é a viabilidade do Arc como um negócio, já que não cobra nada pelo serviço que oferece. Até agora, o navegador vem atraindo a atenção da comunidade especializada e coleciona elogios entre entusiastas de tecnologia. Estou entre eles e acho que, finalmente, encontrei uma boa solução para usar meus web apps com um visual limpo e bastante parecido como se fossem aplicativos nativos.